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O Papel da Esquerda na Construção de uma Cultura de Respeito a Dignidade Humana



Estava em um ônibus no Rio de Janeiro e uma conversa entre a trocadora e o motorista me chamou a atenção. A trocadora relatava que na semana em questão um rapaz de dezessete anos havia sido assassinado pela polícia em seu bairro. Aos risos a mulher contava que a bala havia atingido o intestino do garoto e que quando sua mãe chegou se deparou com as entranhas de seu filho espalhadas pelo chão. Em meio a sinalizações de aprovação do motorista, a cobradora afirmou que ao ver a mãe do suposto bandido aos prantos se dirigiu a ela e disse a seguinte frase: “seu filho já fez muita mãe chorar, agora é a sua vez”.

Ao longo da minha curta viagem a conversa seguiu seu rumo. A crítica a polícia era referente à periodicidade, demasiado espaçada de suas ações, mas não a atividade em si. Execuções em local de prisões, julgamentos sumários ancorados na presunção da culpa ao invés de processos justos baseados na Constituição, eram apresentados em sua fala de forma positiva. Expressões como: “não vai andar de camburão, vai andar de rabecão” e “tem que cortar o mal pela raiz”, permearam todo o bate-papo.

Tal cena me levou a uma reflexão, será que esses trabalhadores, cidadãos comuns, seriam dois sádicos? Ou será que mesmo passados mais de duzentos anos da Declaração dos Direitos do Homem, as noções de respeito à dignidade humana, direito a vida e a liberdade ainda não está plenamente estabelecidas entre nós? Creio que a opção correta não precisa sequer ser assinalada.

O caso concreto acima é apenas um exemplo da forma como muitos brasileiros e brasileiras pensam. A ideia de que há duas categorias de seres humanos, um integral, que merece ter acesso a seus direitos, e o outro que não pode ser classificado como tal por não ser um “humano direito”, ainda é bastante disseminada. Nós, militantes da esquerda e defensores dos direitos humanos não podemos nos eximir da tarefa de alteração desse quadro.

Se por um lado, questões como o combate a exploração sexual infantil, ao trabalho escravo e tantas outras já são vistas pela população como mazelas a serem erradicadas, por outro, há debates controversos no que se refere a luta pelo direito a memória e a verdade, a garantia de igualdade de direitos para os homossexuais, e o fim do extermínio da juventude negra. Isso ocorre porque essas temáticas estão relacionadas à valores que não estão amplamente difundidos na sociedade brasileira e, por isso são a todo momento passíveis de manipulação e retrocessos.

A participação organizada e massificada de movimentos sociais e partidos políticos nas Marchas das Vadias e da Maconha, e nas Paradas do Orgulho LGBT, são centrais porque colocam na pauta o debate sobre os valores que queremos disputar na sociedade, mas ainda não dão conta de todos os aspectos da multifacetada temática dos direitos humanos. Precisamos reforçar nossa atuação nesses espaços, mas também nos incorporar aos comitês pela Memória e Verdade em todo país, as manifestações e “escrachos” que vem acontecendo, monitorar, denunciar e esclarecer a sociedade sobre a perpetuação da tortura no sistema prisional brasileiro, e agir da mesma forma diante do crescimento da execução dos nossos jovens nas favelas e periferias do país. No que tange a esse ponto específico, é preciso que levantemos o tom de voz e cobremos também os governos que dirigimos ou dos quais compomos a coalizão uma nova postura da polícia. Toda semana recebemos notícias de atrocidades cometidas por aqueles que supostamente deveriam nos proteger, execuções como a do adolescente Talles Perreira na favela do Fogueteiro no Catumbi na última terça-feira não podem ficar impunes nem passar desapercibidas por nós.

Ainda no âmbito governamental, faz-se necessária uma maior ousadia no que tange a educação em direitos humanos. O governo precisa compreender a centralidade dessa temática na construção de uma sociedade mais justa, igualitária, e vocacionada para a transformação social. Tomar consciência disso significa introduzir nas diretrizes curriculares de forma transversal a defesa da dignidade de todos os seres humanos independente de classe social, gênero, raça, orientação sexual, e também de ter ou não cometido algum tipo de delito.

No Brasil ainda vemos a base dos direitos e da justiça sendo ignoradas de forma brutal. Pessoas condenadas sem julgamento a sentenças de penalidade máxima em um país em que a pena de morte não é permitida. Para mudar essa situação é necessário que transformemos essas causas em elementos da nossa luta diária, e reforcemos a todo momento em nosso ambiente de militância sua centralidade.

Tássia Rabelo é coordenadora nacional de Direitos Humanos da Juventude do PT e militante do movimento Fora da Ordem.
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NOTA DA JPT SOBRE O GOLPE DE ESTADO OCORRIDO NO PARAGUAI


A Secretaria Nacional de Juventude do PT repudia publicamente o golpe de estado protagonizado pelo parlamento do Paraguai, que usurpou o mandato do presidente democraticamente eleito daquele país.

Prestamos nossa solidariedade especialmente a todos os jovens paraguaios, receosos de vermos nosso vizinho retornar aos tempos de exceção que massacraram de forma mais cruel a juventude organizada nos movimentos sociais. Longe de qualquer alarmismo, preocupa-nos o fato de a justificativa do golpe de estado ter sido o que se chamou de “leniência” ao tratar de conflitos sociais. A história mostra que o discurso e o expediente usados pelos parlamentares paraguaios no dia 22 deste mês podem ser a senha para anos de desrespeito às liberdades democráticas e aos direitos humanos.

A manobra dos partidos conservadores, aliados a elite econômica e aos latifundiários do país, ao arrepio de todos os princípios legais de direito pleno de defesa e do contraditório trazem ao século XXI ecos de tempos sombrios da América Latina. A ruptura brusca das regras democráticas é uma afronta grave não só a sociedade paraguaia, mas a todos os países da região, que vive um período histórico de estabilidade e democracia. Por tal razão nos unimos aos jovens paraguaios, bem como a todos os jovens latino-americanos de esquerda, na defesa da democracia, da legalidade e da liberdade!

Quase sempre, golpes foram desferidos contra a mínima tentativa de reduzir desigualdades e ampliar a participação social. Na década de 2000, governos democraticamente eleitos lideraram transformações sociais e democráticas que tornaram o continente econômica e politicamente respeitado diante do mundo.

Nós, jovens, não vivemos o terror, mas sabemos o valor da liberdade, da esperança e da mudança promovida por Lula/DilMa, Nestor/Cristina, Correa, Chávez, Ortega, Humalla, Tabaré/Mujica, Evo e outros que seguem na luta. Chamamos a juventude paraguaia a ir às ruas barrar o golpe da direita e a todos os jovens petistas que, nas suas casas, redes sociais, escolas, universidades, assentamentos e demais espaços de atuação, denunciem a ofensiva latifundiária paraguaia, para que a derrota não passe à história com a versão dos vencedores e a vitória se consolide pela força dos nossos ideais casados às necessidades populares de "nuestra America".

Direção Nacional da Juventude do PT
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Contra o golpe no Paraguai, em defesa da democracia


O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores manifesta seu total repúdio e condenação ao afastamento do presidente constitucional do Paraguai, Fernando Lugo, legítimo mandatário daquele país.

A direita paraguaia, valendo-se de sua maioria parlamentar, promoveu uma deposição sumária, na qual concedeu ao presidente não mais que duas horas para se defender de um processo de impeachment.

Os setores conservadores paraguaios empreenderam, assim, um verdadeiro golpe de estado, destituindo um presidente eleito soberana e democraticamente pelo povo paraguaio.

O pretexto imediato utilizado para o golpe foi o confronto entre policiais e camponeses, durante ação de reintegração de posse de um latifúndio ocupado por sem-terra. Fala-se em mais de cem feridos, onze camponeses e seis policiais mortos.

A direita acusou o governo Lugo de responsável por incitar a violência, desencadeada pela polícia cumprindo ordem judicial. Mas os indícios todos apontam noutro sentido: o de que este confronto militar foi provocado por agentes estranhos aos camponeses, que vivem num país em que 80% da terra é controlada por 3% da população.

Ademais, qual a situação econômica e social do Paraguai? O país hoje cresce mais do que antes, a população vive melhor do que antes. E a nação guarani tem, sob Lugo, uma respeitabilidade que lhe faltava na época da ditadura Stroessner e de 60 anos de governo colorado.

Por isto, o motivo real do impeachment é outro: impedir uma vitória da esquerda paraguaia, agrupada na Frente Guasu, nas próximas eleições presidenciais marcadas para abril de 2013.

É por isto que a direita paraguaia recusou os apelos de adiamento da decisão e ampliação do prazo de defesa, feitos pelos governos da Unasul por intermédio de seus ministros de relações exteriores. É por isto, também, que a Corte Suprema do Paraguai, controlada pelas mesmas oligarquias que dominam o parlamento, calou-se e na prática avalizou o golpe.

O que ocorreu no Paraguai é de imensa gravidade. Trata-se de um atentado contra a democracia, somando-se a Honduras no perigoso precedente segundo o qual instrumentos jurídicos e expedientes parlamentares são manipulados para espoliar a vontade popular.

O golpe demonstra que certas forças de direita não têm compromisso com a democracia, não aceitam o processo de transformações sociais que está em curso na América Latina e são capazes de lançar mão de qualquer expediente para retomar os governos dos quais, pela vontade do povo expressa diretamente nas urnas, eles foram retirados.

O golpismo não será revertido apenas com palavras. É preciso uma reação latino-americana e internacional firme e dura.

Por isso, além de condenar o golpe, é fundamental que nenhum governo democrático reconheça o mandatário ilegítimo que foi empossado. E é urgente que os organismos da integração sul-americana, especialmente o Mercosul e a Unasul, utilizem-se de todos os instrumentos que estiverem a seu alcance para deter mais esta afronta à ordem constitucional por parte das forças conservadoras em nossa região – inclusive suspendendo imediatamente o Paraguai da condição de país membro até que a normalidade democrática seja restaurada.

O PT considera que a luta para restabelecer o governo legítimo do Paraguai é de todas e todos, e conclama nossa militância a se engajar nas manifestações e protestos que em diversos lugares clamam pela restituição de Fernando Lugo ao governo paraguaio.

Orientamos também nossos parlamentares em todas as casas legislativas a atuar nessa direção, através de pronunciamentos, declarações, moções e outras formas de manifestação de repúdio ao golpe e apoio à democracia paraguaia.

Ao povo paraguaio e ao presidente Fernando Lugo, todo nosso apoio e solidariedade contra o golpe!

Brasília, 25 de junho de 2012
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores
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Nota de Apoio do PT ao Presidente Fernando Lugo


O Partido dos Trabalhadores expressa seu total apoio ao companheiro Fernando Lugo, vítima de perseguição política por parte da oposição de direita no Paraguai, por meio de um processo de impeachment que sequer assegura o direito de defesa do Presidente e o devido processo legal, configurando-se claramente como uma tentativa de golpe de Estado. Condenamos de forma veemente esta manobra política que atenta contra a democracia no Continente.

Exortamos os setores políticos paraguaios a respeitar a ordem democrática e o protocolo adicional do Tratado Constitutivo da Unasul sobre compromisso com a democracia e seguimos com atenção a missão de chanceleres da Unasul, que se encontra em Assunção para acompanhar o processo.

Apoiamos a mobilização do povo paraguaio na preservação de seus direitos e avanços democráticos. Reiteramos nossa solidariedade a Fernando Lugo e às paraguaias e paraguaios que o elegeram soberanamente em busca de mudanças na condução de seu país.

Comissão Executiva Nacional
Partido dos Trabalhadores
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Marcha dos Povos


Depois de mais de milhares de mulheres irem às ruas dizer que seus corpos e sua vidas não são mercadoria. Amanhã será o dia de todos os movimentos que compõe a Cúpula dos Povos se reunirem para dizer em alto e bom som NÃO A ECONOMIA VERDE!

Nesta quarta-feita, 20 de junho às 15h na Candelária, vamos nos somar a aqueles e aquelas que vem mostrando que as palavras eco e capitalismo não representam nada além de uma contradição em termos.

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Cinema e Direitos Humanos: Garoto Barba - Niño Barba


Garoto Barba - Niño Barba

Christopher Faust
Brasil, 14 min., 2010, fic.
Um garoto de barba e cabelos castanhos lisos, de aproximadamente 10 anos e vestindo uma camiseta branca de manga comprida, esta deitado de bruços na cama com colcha colorida, olhando para frente e segurando um controle de videogame. Ao seu lado, sentado no chão, outro garoto, ruivo de cabelos curtos, usando óculos e camisa xadrez em tons de vermelho e preto também segura um controle de videogame e olha sorrindo discretamente para o Garoto Barba.
Fábula sobre um garoto que tem barba devido a uma doença rara. Quando os pais resolvem submetê-lo a uma cirurgia, ele tem que tomar uma decisão drástica, que mostrará a eles e à cidade inteira que às vezes vale a pena lutar pelo que se é realmente.

Fábula sobre un niño que tiene barba debido a una extraña enfermedad. Cuando los padres deciden someterlo a una cirugía, él debe tomar una decisión drástica que les mostrará a ellos y a toda la ciudad que a veces vale la pena luchar por lo que se es realmente. 




Ficha Técnica
Roteiro: Christopher Faust
Fotografia: Maurício Baggio
Edição: Diego Florentino

Contato: christopher.faust@gmail.com 




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Escracho contra Torturadores Durante a Cúpula dos Povos


Durante a Cúpula dos povos será realizado mais uma Esculacho\Escracho contra Torturadores.

O ato será realizado na próxima terça-feira dia 19 de Junho, pela manhã e a concentração será ás 8hs na Avenida Pasteur 436, em frente á praça da UNIRIO – Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Desta vez, a atividade será mais ampla e contará com o apoio dos movimentos sociais presentes na Cúpula dos Povos e convocada pela Articulação Nacional pela Verdade e Justiça e que tem centralizado sua pauta por Justiça e pelo conhecimento dos fatos que apontem onde estão os desaparecidos. Além disso a Juventude de várias organizações continuam se somando e seguem sendo a grande força impulsionadora dos esculachos\escrachos.

Veja o vídeo em que o cineasta Silvio Tendler convida todos para o escracho de amanhã: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=5raDexT6X4Y

Fonte: Articulação Nacional Pela Verdade e Justiça
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Mesa da JPT na Cúpula dos Povos


Hoje às 17h na tenda Milton Santos, a Juventude do PT realizará a mesa Desafio Geracional da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável. Venha participar e ajudar a aprofundar o acúmulo coletivo d@s jovens petistas sobre o Ecosocialismo.
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Manifestação das Mulheres na Cúpula dos Povos


As mulheres presentes na Cúpula dos Povos convocam uma manifestação feminista para o dia 18 de junho, às 10h, segunda-feira, no Museu de Arte Moderna (MAM).

Queremos mostrar o posicionamento feminista de crítica global às falsas soluções propostas para a crise atual, representada pela ‘economia verde’.

A visão comum das mulheres é que deve ser construído outro modelo de produção-reprodução e consumo, baseado em outro paradigma de sustentabilidade da vida. Por isso, como sujeitos ativos no processo da Cúpula dos Povos, as mulheres se posicionam contra a mercantilização da natureza, em defesa dos bens comuns. Defendem, também, a liberdade, a autonomia e soberania das mulheres sobre seus corpos e suas vidas e demandam voz ativa em todos os processos de decisão sobre as políticas em geral.


Participem!
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Conheça os Livros que Resgatam uma História de Arbitrariedades e Luta





A Comissão Nacional da Verdade tem tarefa de analisar milhares de documentos oficiais, além de relatos e livros para trazer à tona inúmeros episódios de violações aos direitos humanos no período de 1946 a 1988, com a expectativa de centrar esforços nas ações repressivas dos governos militares de 1964 a 1985. Sobre este último período, a FPA publicou inúmeros livros que registram as ações dos militantes de esquerda, muitos jovens, outros veteranos por uma sociedade mais justa, mais igualitária.  Aqui apresentamos uma lista com um breve resumo de seu conteúdo.
Sobre os mortos e desaparecidos
- Dos filhos deste solo - Mortos e desaparecidos políticos durante a ditadura militar - a responsabilidade do Estado
Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio, Editora Fundação Perseu Abramo e Boitempo Editorial, 2ª edição ampliada e revisada, 2008, 712 páginas

Este livro, publicado pela primeira vez em 1999, é um dossiê que resgata as histórias de militantes das organizações de esquerda e de outras pessoas mortas ou desaparecidas durante a ditadura militar. Resultado dos trabalhos da comissão especial sobre mortos e desaparecidos políticos, instalada em 1995, Dos filhos deste solo descreve as circunstâncias das mortes/desaparecimentos de militantes de esquerda com informações coletadas com parentes, confrontadas com documentos oficiais – laudos, atestados e relatórios policiais.
Os casos estão agrupados em ordem cronológica e com a ligação dos militantes com as organizações de esquerdas que denominam os capítulos. Nesta segunda edição, alguns casos foram ampliados e os autores acrescentaram as mudanças na lei 9140/95 (na qual o Estado brasileiro reconhece a responsabilidade nos desaparecimentos) e a constituição da Comissão de Anistia em 2002. 

“Os horrores, não cabe aqui esmiuçá-los: estão todos lá. Trata-se de um inestimável serviço prestado à causa da democracia e dos direitos humanos. Deixa ainda explícito como aquele equívoco histórico e derrota das oposições que se chamou, sardonicamente ao que parece, 'anistia mútua', na verdade deixou aberta uma chaga insanável no tecido social brasileiro.” - resenha de Walnice Nogueira Galvão para a revista Teoria e Debate nº43 (maio de 2000)

- O massacre na Lapa – Como o exército liquidou o Comitê Central do PcdoB, São Paulo, 1976
Pedro Estevam da Rocha Pomar, 3ª edição, 2006,  192 páginas

O livro descreve detalhadamente a execução de dirigentes do PCdoB em 1976 em uma operação armada pelo Exército com a participação dos agentes do DOI-Codi. Esta é a terceira edição, que marca os 30 anos do massacre. Os fatos ali descritos e denunciados mantêm sua atualidade.
Na "Nota à 3ª edição", Pomar aponta ser preocupante o tratamento dado à questão dos arquivos da repressão política no período. Para o jornalista “a abertura dos arquivos militares contribuirá decisivamente para que se conheça por inteiro o que se passou em episódios como o da Lapa e tantos outros, e se faça justiça, em homenagem à memória dos que tombaram na luta contra a opressão”.

- A imagem e o gesto – Fotobiografia de Carlos Marighella
Vladimir Sacchetta, Marcia Camargos e  Gilberto Maringoni,  1ª edição, 1996, 64 páginas

Este livro é um álbum de retratos que conta a vida e a militância de Carlos Marighella, desde Salvador, na década de 1930, até sua morte em uma emboscada armada pelo DOI Codi em São Paulo em 1969. Os autores resgataram fotos pessoais e de arquivos, além de manuscritos e documentos, que registram o engajamento de Marighella com a luta contra as desigualdades em todos os níveis.
“Nossa vocação no Brasil é a liberdade e não isso que aí está. Para que haja liberdade, é preciso lutar. A luta pela liberdade não se pode fazer por meios suasórios, quando os monstros da ditadura militar estão armados até os dentes e empregam sem dó nem contemplação a violência contra o povo. Com os que me acompanham, verifiquei não existir outra saída senão a luta armada”, carta de Marighella a Dom Helder Camara, agosto de 1969, reproduzida no A imagem e o gesto.

- Uma vida de lutas – Renée de Carvalho
Marly de Almeida Gomes Vianna, René Louis de Carvalho e Ramón Peña Castro (Orgs.), 2012, 240 páginas
Neste livro, Renée de Carvalho resgata a angústia de ter seu companheiro de vida e luta Apolônio de Carvalho, seus filhos Renée e Raul, presos e torturados entre 1969 e 1970.  Ao descrever a jornada em busca de informações sobre seus familiares, as incertezas, Renée diz que foi uma rotina de desespero.  “Um dia encontrei no escritório uma pessoa que tinha sido presa e me contou um pouco da prisão do Apolônio, da tortura por ele sofrida. (...)Apolônio apanhou tanto, que era para morrer! Os torturadores tinham uma palmatória de uma borracha muito dura e, entre outras barbaridades, quebraram uma nas costas do Apolônio”, relata em um trecho do livro.

Sobre a Anistia e o contexto histórico
- Pela democracia, contra o arbítrio
Zilah W. Abramo e Flamarion Maués (Orgs.),  2006, 480 páginas

Coletânea organizada por Zilah Abramo e Flamarion Maués com 130 depoimentos sobre a oposição à ditadura militar pós-1964, a partir das páginas especiais publicadas no Portal da FPA. Além dos relatos, estão reunidos neste livro, fotos e documentos históricos que marcam a cronologia da ditadura e da retomada da democracia brasileira.
“São testemunhos que mostram como desde os primeiros dias após o golpe a oposição ao autoritarismo começou a se articular e a questionar o novo poder – mesmo nos períodos de maior cerceamento às liberdades e aos direitos civis”, destacam os organizadores.

- Fome de liberdade
Gilney Viana e Perly Cipriano, co-edição EFPA e EDUFES, 2009, 2ª edição 364 páginas

Ex-presos políticos, Gilney Viana e Perly Cipriano relatam a luta travada contra a ditadura militar e a favor de uma anistia ampla e irrestrita, que contou com uma greve de fome de 32 dias num presídio e motivou greves de fome de presos em vários estados.  Os autores narram os mais de 15 anos de resistência dos presos políticos, contando torturas e outros absurdos ocorridos nas prisões militares, o motivo das apelações às greves de fome e a reação do governo diante deste protesto. Ao final da obra, são apresentados documentos como fotos, cartas, declarações e comunicados dos encarcerados, e notas de solidariedade recebidas e escritas por eles.
No primeiro capítulo, está o documento assinado por 15 presos políticos – dentre eles Viana e Cipriano – apresentando seu repúdio ao projeto de Anistia imposto pelo governo. “Porque este projeto pretende acobertar os crimes da ditadura militar , anistiando aqueles que torturaram, assassinaram prisioneiros indefesos, e seus mandantes, tentando impossibilitar a apuração desses crimes e a devida responsabilização dos envolvidos”, destacam.

- Rebeldes e Contestadores - 1968: Brasil, França e Alemanha
Marco Aurélio Garcia e Maria Alice Vieira (Orgs.), 2008, 2ª edição. 

O ano de 1968 marcou a emergência de movimentos sociais e políticos que tiveram forte impacto e deixaram marcas profundas nos costumes e na cultura política. No Brasil o período era marcado pelo AI-5, baixado no final de 1968, com o qual foi institucionalizada a tortura, os assassinatos, as prisões arbitrárias e o banimento de opositores e o recrudescimento de uma censura.





Fonte: www.fpabramo.org.br
 
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Hoje Começa a Cúpula dos Povos

Hoje se inicia a Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental. Um evento paralelo a Rio + 20, organizado pela sociedade civil global que irá de hoje até 23 de junho no Aterro do Flamengo. Dentre seus objetivos centrais está a construção de alternativas para superar a injustiça social ambiental em um contexto de uma Rio + 20 desacreditada, e de um período posterior a Eco-92 em que poucas ações concretas foram colocadas em prática. Vale ressaltar que o que baliza a construção da Cúpulae a diferencia radicalamente da conferência da ONU é seu caráter crítico que visa discutir não apenas os problemas ambientais, mas também "denúnciar as causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital".
 
Para participar, veja o mapa do Parque (Aterro) do Flamengo durante o evento (em PDF), e a programação completa da Cúpula. Você pode verificar a sala onde acontecerá a atividade que lhe interessa e conferir no mapa onde ela está localizada. Aproveite e conheça o site oficial da Cúpula: cupuladospovos.org.br

Venha reinventar o mundo!


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JPT divulga Resolução Política“O Desafio Geracional da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável”


1.Ás vésperas da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio+20, a juventude do Partido dos Trabalhadores realiza o seu primeiro seminário nacional sobre meio ambiente que denominou “Desafio Geracional da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável”, encontro de jovens petistas que ocorreu em Manaus nos ultimo dias 1, 2 e 3 de 2012. Este encontro marca o compromisso do PT em colaborar com os debates em torno do meio ambiente e desenvolvimento sustentável, assumindo os desafios de superação dos paradigmas postos pelo sistema vigente nos processos paralelos à Rio+20 e os posteriores encaminhamentos da sociedade civil organizada, é com este ímpeto que a Juventude do PT afirma seu papel maior de colaborar na consolidação de uma geração capaz de construir outro mundo possível.
2.Esta geração de jovens encontra o mundo com avanços e retrocessos acumulados desde a Eco (Rio) 92 Rio, e passamos hoje por um estágio de crise anunciados naquela Conferência das Nações Unidas, já há 20 anos atrás. É necessário que façamos um amplo balanço sobre os acordos firmados em âmbito internacional e seus reais efeitos, como a convenção sobre a biodiversidade, os impasses sobre o protocolo de Kyoto e sobre a Agenda 21, esta constituída de 40 capítulos, dentre eles a capítulo 25 que trata estrategicamente “A participação da juventude na tomada de decisões sobre meio ambiente e desenvolvimento e na implantação de programas é decisiva para o sucesso a longo prazo da Agenda 21.”.
3.No Brasil, a sustentabilidade socioambiental requer um projeto de desenvolvimento capaz de alavancar uma política para a juventude que seja compreendida no contexto da complexa sociobiodiversidade que marca todas as regiões do Brasil, com os jovens sendo agentes do desenvolvimento econômico e social sob o paradigma da sustentabilidade na dinâmica urbana e rural, estas que exigem políticas diferenciadas e inter-complementares para nossa geração.
4.A imagem de “marketing verde” que vem sendo construída em torno da questão ambiental e do desenvolvimento sustentável tira o foco dos debates principais da esfera social, política e econômica. Não podemos deixar enganar por esta cortina de fumaça e ter como desfecho falsas soluções de mercado para a crise planetária, novas estratégias de potencializar os lucros das grandes corporações, empresas e bancos. Contrapor estas tendências é o grande desafio de uma geração que se interessa pela preservação ambiental.
5.Há uma enorme disputa já travada entre “os povos” e o falso conceito de que uma “Economia Verde” seria a solução para os problemas ambientais no planeta, isso se revela nas partes do texto-base do processo oficial da a Rio+20 que estão entre colchetes que falam sobre finanças, energia, consumo e produção, ciência e tecnologia, lixo, educação, degradação da terra, mudança do clima, florestas e biodiversidade, o que na diplomacia indica que ainda há muita negociação pela frente.
6.Se perguntarmos para que e para quem estão procurando rearranjar a “economia verde” teremos respostas que apontam para a reprodução histórica do colonialismo primitivo, com a repetição de medidas paliativas e mitigatórias da degradação e conservacionismo para mascarar a reprodução da mesma coisa. A concentração do capital ainda é a principal beneficiada e é inaceitável a ideia de que a “economia verde” se torne um substituto ou sinônimo do conceito de desenvolvimento sustentável.
7.As grandes questões do desenvolvimento mundial tem suas linhas políticas dadas em outros espaços de decisão, como o G-20, Davos, FMI, BIRD e as próprias reuniões da OMC, que de sua maneira direcionarão os acordos da Rio+20, estes mesmos agentes tem usado o conceito de “economia verde” para a manutenção do status quo planetário, para confundir e interditar o debate crucial onde ele pode ter mais apelo: no eixo Sul-Sul, logo se apressam em associar o conceito de “economia verde” à veladas barreiras comerciais não-tarifárias impostas do Norte contra o Sul.
8.São estas instituições comerciais e financeiras internacionais que devem ser conduzidas pela questão ambiental como eixo orientador, não ao contrário com o meio ambiente como assessório destas transações financeiras de marcado. Essa inversão de valores demonstra que a governança global será pauta da Rio +20 sobre a égide do sistema capitalista que tende a fortalecer o mercado financeiro e instituições comerciais que se fundaram no acúmulo primitivo a despeito da promoção de direitos humanos básicos, da distribuição de renda, da participação popular e da democratização dos meios de comunicação.
9.Por isso os ecosistemas vivos não devem ser privatizados como forma de resolver a escassez de recursos naturais e a pressão do homem sobre o meio ambiente, se isso vier a ocorrer progressivamente estaremos tornando os direitos universais de todos os povos em mercadoria para nosso sacrifício e para a salvação de mais uma crise cíclica do capitalismo. O mercado de monopólios dos meios de produção transforma bens comuns públicos em mercadoria, sequestrando direitos e levando os mais pobres a sofrerem primeiro e de forma mais intensa as consequências das mudanças ambientais.
10.É preciso que se crie outras relações entre os patrimônios naturais e as questões socioeconômicas, sem prejuízos à sustentabilidade ambiental nem ao desenvolvimento social, este debate traz à agenda política a busca de uma outra ordem social, econômica e Ambiental: o Ecosocialismo. Para avançarmos nesta direção acreditamos na necessidade imediata de se revitalizar e fortalecer o Conselho Econômico-Social das Nações Unidas como uma estrutura soberana da ONU que integre o econômico, o ambiental e o social, em detrimento da proposta de se elevar o PNUMA-Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente- numa agência como a Organização Mundial do Comércio- OMC.
Juventude do PT - Socialista, Democrática e de Massas

11.A economia ideal deve ter os fatores de sustentabilidade ambiental como determinantes de sua valoração, tendo como fundamentos a economia solidária, o fortalecimento das micro-economias, o cooperativismo, a reforma agrária e a não privatização dos recursos naturais, a fim de superarmos o modelo capitalista vigente. As relações político econômicas dos países e dos blocos devem passar por revisão no curto e médio prazo para que seja dada a devida consideração aos fatores socioambientais nos acordos e tratados, consideração esta que deve ser o eixo de convergência das negociações na Rio +20.
12.Hoje os documentos internacionais não apareçam mais sem colocar juntas as palavras “desenvolvimento” e “sustentável”. Este termo usado de forma correta pressupõe que a preservação do meio ambiente pode ser uma mola-mestra para um crescimento econômico diferente, necessariamente tendo o ser-humano em convívio pleno com a natureza como medida.
13.Cerramos fileiras com a presidenta Dilma, ante a idéia de que não haveria metas, sem abrir mão dos nossos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, temos de dar passos à frente: nestas duas “cabeças de lista”, e para isso é fundamental não apenas haver metas públicas, mas também metas privadas sob as premissas de “incluir, crescer, proteger e conservar”, medidas cabíveis especialmente para os grandes agentes do capitalismo.
14.Esperamos que a Rio +20 cumpra o seu papel de estabelecer mecanismos regulatórios e marcos institucionais internacionais, que levem em consideração a responsabilidade compartilhada e proporcional sobre o aquecimento global, dando tratamento diferenciado para cada realidade econômica e social dos país. Colocar os créditos de carbono no mercado financeiro, não é a solução, essa medida esconde a real necessidade de se analisar e revisar o Protocolo de Kyoto com outro patamar muito mais preciso e incisivo de responsabilidade socioambiental com participação e controle social sobre a regulação do tratado.
15.O capitalismo verde e o preservacionismo elitista irão se confrontar na Rio+20, e nossa proposta política é apontar alternativas democráticas e populares que consolidem o desenvolvimento sustentável com justiça social, trabalho descente ,distribuição de renda, igualdade racial e de gênero, soberania alimentar, cultural dos povos sobre os seus território. É preciso desmarginalizar a discussão ecológica, pautando o meio ambiente associado à sociedade, a cultura e economia solidária, aproximando os processos decisórios dos cidadãos do mundo. sem racismo ambiental,
O PAPEL DO BRASIL NA RIO+20 E FRENTE AOS DILEMAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
16.O Brasil fez um grande esforço para criar um novo tipo de conferência da ONU onde não estejam só os diplomatas de cada país, mas da sociedade civil em seu conjunto, em especial os major groups. Este esforço, juntamente à participação social autônoma e representativa na construção da Cúpula dos Povos , já faz dessa Conferência da ONU a mais participativa da história.
Juventude do PT - Socialista, Democrática e de Massas

17.Para avançarmos o campo da esquerda na construção do socialismo democrático temos que consolidar o Governo Democrático e Popular do PT com a Presidenta Dilma, por isso o Partido dos Trabalhadores, os demais partidos, movimentos e organizações de esquerda devem capitanear e conquistar a sociedade brasileira, construindo o poder popular e ampliando seus espaços de poder para fazer a diferenças e impor os avanços na Reforma Política, Reforma Tributária, Reforma Agrária e Democratização da Comunicação, estas que contribuirão significativamente para os avanços sociais necessários e nos permitirá investir em outras matrizes de desenvolvimento.
18.Vivemos uma crise ambiental, social e econômica de grandes proporções que gera grilagens de terras públicas, conflitos agrários, invasão de áreas protegidas para desflorestamento e mineração, racismo ambiental, violação aos direitos humanos, precarização dos serviços públicos ambientais, tudo isso sustentado por forças políticas que representam uma pequena parcela da sociedade brasileira que defendem seus próprios interesses de alavancar lucros e se manter no poder.
19.Estas forças conservadoras demarcam seus espaços principalmente no Congresso Nacional e no Judiciário,fato comprovado no impasse do Projeto de Mudanças no Código Florestal. A Presidenta Dilma vetou parcialmente o texto proporcionando 12 vetos e 32 modificações ao texto, no entanto já são mais de 600 emendas vindas da bancada ruralista com a intenção de flexibilizar os direitos ambientais e levar a uma expansão das fronteiras agrícolas desconsiderando o valor que tem a nossa biodiversidade. Não podemos deixar que os ruralistas transformem o nosso Código Florestal, de um instrumento de regulamentação das atividades econômicas, num vilão das metas de redução de desmatamento que o Brasil assumiu diante do mundo.
20.Apesar de resistências da classe política conservadora o governo brasileiro cumpri hoje um papel importante mostrando que a valoração de créditos de carbono deve seguir outra lógica, isso ficou claro quando foi freado recentemente o oportunismo descarado de empresas internacionais que, direta e indiretamente, estavam negociando créditos de carbono diretamente com as comunidades indígenas. Foram cancelados pelo menos 35 grandes contratos bilionários que versam sobre acesso irrestrito ao território, “benefícios” sobre a biodiversidade e severas restrições de uso dos indígenas de suas terras e recursos naturais. Por isso o Brasil precisa sair na frente regulamentando mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REED e REED+) e criando um Comitê Nacional de Redd, para monitorar a implantação das iniciativas e regular a execução dos recursos financeiros para garantir o acesso e a repartição dos benefícios de forma justa e para fomentar prioritariamente o desenvolvimento local.
21.A especulação ambiental, a apropriação indébita de patrimônios naturais e o uso degradante de nossos recursos passarão a fazer cada vez mais pressão sobre o Brasil, o que exige o fortalecimento do Estado na gestão pública com mecanismos de participação e controle social mais efetivos. A venda de créditos de carbono de áreas protegidas pela legislação brasileira e sob a responsabilidade do Estado deve ser de responsabilidade deste com a devida participação e controle social da sociedade civil, permitindo concessões à exploração privada, apenas sobre a recuperação de áreas degradadas e reflorestamento em terras públicas e particulares, não de patrimônio público protegido de floresta em
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22.O Brasil deu um exemplo ao mundo, quando na COP 15, mesmo não sendo um país historicamente emissor, se comprometeu como voluntário na redução de emissões de gases que provocam o efeito quando apresentou a Política Nacional de Mudanças Climáticas que busca reduzir as emissões até 2020 em 38,9%, reduzir o desmatamento na Amazônia em 80% e diminuir em 40% o desmatamento no Cerrado. São tarefas urgentes a cumprir o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, avançar na redução do desmatamento, ampliar a demarcação de terras indígenas, de terras quilombolas, de reservas extrativistas, unidades de conservação, fortalecer o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, retomar a Agenda 21 brasileira, o programa de juventude e meio ambiente, além de convocar urgentemente a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente.
23.O debate crucial desta Conferência que se tenta escamotear é sobre como o capitalismo vai viver para além dos combustíveis fósseis. Dado isso o Brasil deve contar com os recursos oriundos da exploração do Petróleo da camada do Pré-Sal para ser um passaporte para o futuro sustentável dos brasileiros, utilizando-o para investir em políticas públicas estratégicas e estruturantes de curto e médio prazo, com a posse, gestão e regulação dos sistemas de exploração geridos pelo poder público com participação e controle social, priorizando novos investimentos para desenvolver o setor secundário de processamento de matéria prima, educação, saneamento e saúde ambiental. Por isso queremos 50% do Pré-Sal para educação, ciência e tecnologias sociais e sustentáveis, sem prejuízo dos 10% do PIB para educação.
24.O Brasil deve desempenhar um papel diferenciado para consolidar-se como liderança mundial, para que isso ocorra é necessário fortalecer o papel do Estado brasileiro neste processo interna e externamente, avançando rapidamente nas políticas estruturantes e aprofundando as relações com os países irmãos tendo em vista a extinção progressiva das políticas neoliberais enraizadas nos países do sul. Assim podemos ter cada vez mais peso nas negociações globais, invertendo o jogo sujo do capitalismo.
25.Nunca tivemos na história um continente latino americano com tantos governos progressistas, por isso nossa postura diplomática tem que ser de destaque com foco em consolidar a região em momentos de unidade como o que exige a pauta da Rio +20. Temos que enxergar e dar a devida importância a isso que pode caminhar à convergências que apontem para a formação de um bloco político, social e econômico Forte na América Latina e Caribe, que seja um celeiro mundial de um modelo de desenvolvimento diferente dos que prevaleceram nos EUA, Japão, Europa.
26.O momento é favorável e a presidente Dilma Rousseff já teve a confirmação da participação chefes de Estado dos BRICS, do novo presidente francês e convocou todos os líderes e ministros da América Latina, do Caribe e da África a comparecer à Rio+20, contrastando com a ausência de líderes como Barack Obama, dos Estados Unidos, e David Cameron, do Reino Unido, e Angela Merkel, da Alemanha, que apenas enviarão representantes. Se não poderemos redefinir todas as regras, pelo menos um grande e sólido campo cooperativo diferente de tudo que se viu geopoliticamente no período mais recente, é possível emergir.
27.Sendo assim a grande tarefa programática da Juventude do PT é mudar bruscamente os paradigmas, incidir institucionalmente, lutar pela organização popular e estruturação dos movimentos sociais, aproximação das comunidades e povos tradicionais, e, construir uma agenda política com os países irmãos, promovendo assim um investimento geracional através de políticas públicas gerais e específicas para a juventude e meio ambiente já acumuladas e priorizadas nas Conferências de Políticas Públicas dos diversos setores. A sincronia destas políticas é capaz de formar em seu processo de implementação pessoas munidas de uma profunda consciência ambiental, protagonistas de iniciativas econômicas sustentáveis, produtoras de conhecimento baseado na tecnologia limpa, ambientalmente correta e socialmente justa.
28.Politicamente nosso movimento é para fortalecer o campo da participação social nos organismos internacionais e nacionais, o multilateralismo, os povos tradicionais, a floresta em pé, a biodiversidade, a terra, água, o ar. Nosso movimento é para que não seja mais possível avaliar o desenvolvimento de uma comunidade sem levar em conta a reforma agrária, habitação, saúde pública, a escolarização progressiva ilimitada e universal, a produção de alimentos saudáveis e seguros, a culturalidade, o saneamento, a mortalidade materno-infantil e tempo livre disponível para a infância e juventude. Precisamos adotar uma nova medida de desenvolvimento, referenciada num nível humanístico radical que leva em conta os indivíduos e a coletividade em detrimento à métrica de produção e consumo de milhões que nos levou até aqui para uma crise ambiental global.
29.Defendemos a hegemonia da profundidade do estudo de impacto e licenciamento ambiental à vontade de empreender grandes projetos, a hegemonia da agroecologia cooperativa e familiar ao agronegócio, da matriz energética limpa e diversificada ao combustível fóssil e físsil, do orgânico sobre o transgênico, do trabalho decente sobre o “indecente”, da segurança alimentar sobre o desperdício consumista, do produto com valor sustentavelmente agregado sobre a commodity, dos indicadores sociais aos indicadores econômicos, dos padrões de vida da “classe C” aos da classe “A”, do diálogo sobre a propaganda e a violência, do público sobre o privado, da sociedade civil sobre a sociedade política, do plano sobre o mercado, da esquerda sobre a direita.

Manaus, 03 junho de 2012

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Cinema e Direitos Humanos: Poliamor


Poliamor - Poliamor
José Agripino
Brasil, 15 min., 2010, doc.
Num sofá grande de revestimento em tom de marrom e aparentemente aconchegante, uma jovem loira, vestindo camiseta verde e shorts, beija um rapaz moreno de cabelos curtos e escuros, que veste uma camiseta de cor “salmão”e calça jeans. Do lado direito da garota loira, um outro rapaz, também moreno e cabelos escuros e curtos, olha para o casal se beijando, com a mão direita acariciando as pernas da garota loira.Em uma sociedade na qual predominam valores afetivos monogâmicos, algumas pessoas escolhem um arranjo de relacionamentos que está se tornando conhecido como Poliamor.


En una sociedad en la que predominan valores afectivos monógamos algunas personas eligen un sistema de relaciones que pasa a ser conocido como Poliamor. 


Ficha Técnica
Roteiro: José Agripino
Fotografia Fábio Aguiar
Edição: Julio Brunet

Contato: zeagripino@gmail.com 




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Curso Para Pré-candidatos(as) Petistas


A Escola Nacional de Formação do PT (ENFPT) oferece aos filiados e filiadas que atuarão nas eleições municipais de 2012, um curso que tem como objetivos preparar os pré-candidatos, pré-candidatas e coordenadores para que tenham atuação na pré-campanha condizente com os princípios norteadores do Partido dos Trabalhadores e fortalecer o projeto político do PT, em busca de sua hegemonia e enraizamento nos municípios, na perspectiva de sua consolidação no plano nacional.

O curso tem conteúdo,  roteiros e instrumentos disponibilizados no portal da Escola para estudo online,  e por meio de DVDs que serão distribuídos pelas secretarias de formação dos estados e municípios, que realizarão as atividades  presenciais.

Os conteúdos são interessantes para todos(as) filiados(as), independente de atuarem ou não na pré-campanha, uma vez que tratam do papel dos municípios no desenvolvimento do Brasil e do Modo Petista de Governar e de Atuação Parlamentar. Há ainda orientações para a pré-campanha, dentre outros conteúdos interessantes e importantes.

O curso está disponível para todos(as) filiadas(os) do partido na área restrita do Portal ENFPT. É possível navegar pelos conteúdos ou fazer o download de todos os textos. Além dos textos, há uma videoteca com mais de 60 video-aulas. Para acessar, é preciso se cadastrar. Caso já possua o cadastro, clique aqui e acesse o curso.

O curso possui um módulo específico de Juventude essencial para a preparação dos nossos candidatos e candidatas jovens. Não deixe de conhecer o site da Escola (www.enfpt.org.br) e de participar do curso de formação.





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Nova Programação da tenda do PT na Rio+20

Confira a programação atualizada da tenda Milton Santos do PT na Rio+20


A tenda, que terá o nome do geógrafo de esquerda Milton Santos, é organizada pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e será partilhada com o Foro de São Paulo(FSP), a Fundação Friedrich Ebert (FES) e a Fundação Maurício Grabois (FMG).

A programação da tenda prevê a realização de uma série de debates sobre o tema da Rio+20, levando em conta as distintas opiniões e diversos aspectos, como o da igualdade social, da preservação ambiental e da elevação da qualidade de vida para todos os povos.

As atividades do PT, coordenadas pela Secretaria de Relações Internacionais (SRI), serão realizadas durante todo o dia, envolvendo a JPT, os setoriais de meio ambiente, agrário, cultura, combate ao racismo; além dos debates sobre a crise econômica, a esquerda latinoamericana, e as perspectivas políticas da África, Ásia, Europa e Oriente Médio. A programação da tenda, que se iniciará no dia 15 às 14h e irá até o dia 23, prevê ainda lançamento de livros.

Segue abaixo os links para a programação da tenda e  texto “O PT e os desafios da Rio+20”:
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JPT lança agenda da Rio +20 e Cúpula dos Povos

A Juventude Petista divulgou hoje a agenda para a Rio +20 e Cúpula dos Povos no Rio de Janeiro. Compõe a programação atividades promovidas pela JPT, movimentos sociais juvenis e organismos governamentais que tenham na sua pauta a especificidade do debate da juventude e os desafios da sustentabilidade. As atividades terão inicio no dia 07 de Junho e seguirão até o dia 22 de junho. Baixe a programação e confira.
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Eleições 2012: Juventude consolida preferência por Washington Luiz


Para elaborar uma plataforma de políticas públicas para os jovens com idade entre 15 e 29 anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) promoveu no sábado (2), o seminário “A juventude discute São Luís”, que se transformou em um ato de apoio à pré-candidatura do vice-governador Washington Luiz Oliveira a prefeito de São Luís. O seminário contou com a participação da secretária de juventude do Governo Federal, Severine Macêdo, do secretário de Trabalho, José Antônio Heluy, do deputado Roberto Costa e representantes da militância jovem do PT, PMDB, PV, PTB, PSL PPL e PRP Jovem, que lotaram o auditório Fernando Falcão, da Assembléia Legislativa.
O pré-candidato do PT à prefeitura de São Luís avaliou que a manifestação de apoio recebida durante o seminário veio exatamente na contramão da onda de boatos sobre as infundadas versões de sua desistência, frutos de uma guerra midiática que deve acontecer durante os próximos meses na campanha eleitoral.
Washington Luiz disse que pretende fazer uma campanha propositiva, discutindo os problemas em busca de alternativas para São Luís, de forma participativa com as lideranças de todos os segmentos sociais. Os debates devem reunir jovens, trabalhadores, empresários e outras lideranças para elaborar um projeto de mudanças estruturais para o desenvolvimento e a modernidade de São Luís para o século 21.

Ele frisou que as declarações de diversas lideranças estaduais, entre as quais a governadora Roseana Sarney, considerando sua pré-candidatura a mais competitiva, representaram uma importante manifestação de apoio que veio somar com a expressiva contribuição da presidente Dilma Rousseff e do PT nacional, representado no seminário pela secretária de juventude do Governo Federal, Severine Macêdo.
Washington Luiz disse ainda que pretende reunir os movimentos sociais e todos aqueles que posam contribuir com projetos de mudanças para São Luís para a construção da força política necessária para efetivar as transformações que a cidade precisa e que repressentam um grande desafio. “Eu quero construir uma base política e social para enfrentar os desafios, com o apoio de todos para elaborar um programa condizente com a cidade do século 21”, afirmou.
Depois de lembrar a militância política e a longa amizade com a secretária do Governo Federal, Washington Luiz disse que Severine Macêdo trouxe uma importante contribuição para incorporar a juventude de diversos partidos à sua pré-campanha a prefeito de São Luís, uma das capitais com a população mais jovem do país.

O pré-candidato petista voltou a criticar os gestores municipais que deixaram São Luís com infraestrutura precária, sem serviços públicos básicos e com crescente segregação social e inchaço populacional. Para mudar este quadro grave, ele defende a construção de um pacto entre as gerações na defesa de um projeto que mude a qualidade de vida de São Luis, integrando as novas gerações ao processo democrático e a estratégia de desenvolvimento da cidade.
A secretária Severine Macêdo, que coordena as políticas públicas de juventude do Governo Federal, observou que o seminário foi uma oportunidade para discutir junto com a juventude partidária de São Luís a construção de um programa de governo que contemple o maior número de jovens da história recente do Brasil, com reflexos em todas as cidades.
Ela frisou que não se pode desperdiçar a oportunidade histórica de investir em uma geração, que representa mais de 50 milhões de pessoas de 15 a 29 anos no país. Ela salientou que a juventude é um segmento importante para a mobilização social e para construção de uma política de desenvolvimento sustentável no país, especialmente em São Luís onde os jovens representam um quarto da população.

Depois de lembrar que sempre militou na juventude política do PT, Severine Macêdo disse sua participação no encontro da juventude serviu para ouvir sugestões e contribuir na montagem do programa de governo que será apresentado durante a campanha de Washington Luiz.
Ela salientou que o pré-candidato petista aposta na participação dos jovens e abriu este importante espaço democrático de debate, com uma visão estratégica de criar oportunidades de trabalho e renda para a juventude, por meio de uma agenda desafiadora.
Severine Macedo disse que o governo federal vem implementando a construção de políticas públicas para a juventude com a criação de novos programas e frisou que elas [as políticas] só serão consolidadas quando os gestores estaduais e municipais fortalecerem estas ações como política de Estado.
Com um discurso afinado, as lideranças locais da juventude do PT, PMDB, PV, PTB, PSL PPL e PRP Jovem, disseram que o seminário serviu para elaborar uma plataforma de políticas públicas afirmativas para a juventude de São Luís.
(Karina Lindoso / PT São Luis)
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