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MST Ocupa Fazenda em que Militantes Foram Incinerados na Ditadura Militar




A Usina Cambahyba, no município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, foi ocupada por cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, no Dia de Finados, no último fim de semana. 

Durante a ditadura militar, os fornos de Cambahyba foram usados para incinerar corpos de 10 militantes políticos, de acordo com confissão do ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), Cláudio Guerra, publicada no livro Memórias da uma guerra suja

“A história da Usina Cambahyba ilustra o poder do latifúndio em nossa sociedade. É inaceitável que essa violência continue. Por isso, exigimos a imediata desapropriação daquelas terras para assentamento das famílias”, disse o dirigente do MST no Rio, Fernando Moura. 

A usina é um complexo de sete fazendas que totalizam 3.500 hectares. Esse latifúndio foi considerado improdutivo, segundo decisão do juiz federal Dario Ribeiro Machado Júnior, divulgada no último dia 17 de junho. A área pertencia ao já falecido Heli Ribeiro Gomes, ex-vice-governador biônico do Rio, e agora é controlada por seus herdeiros. Além de não cumprir a função social da propriedade, as fazendas acumulam dívidas de milhões com a União e seu processo de desapropriação está paralisado há 14 anos – desde que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) considerou aquelas terras improdutivas e passíveis de desapropriação para fins de reforma agrária. Além deste fato, o complexo de fazendas tem sido palco de todo tipo de violência: exploração de trabalho infantil, exploração de mão de obra escrava, falta de pagamento de indenizações trabalhistas, além de crimes ambientais. Até hoje, porém, a Justiça Federal impede a desapropriação da área e já determinou despejos violentos de famílias que reivindicam a terra. Essa é a segunda vez que o MST realiza uma ocupação na área da usina. A primeira foi em 2000, e seis anos depois, as Polícias Federal e Militar, por decisão da Justiça Federal de Campos, despejaram as 100 famílias que haviam criado o acampamento Oziel Alves II. Houve agressões e prisões arbitrárias, demolição de casas e destruição de plantações. 

Fonte: Boletim MST-RJ

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