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Para que Não Esqueçamos, Para que Jamais se Repita


No último dia 01 de abril de 2012, reunimos a executiva nacional da Juventude do PT, uma atividade de caráter ordinário, mas que só é possível porque muitos outros dedicaram sua juventude e entregaram suas vidas pelo mais básico de todos os ideais, a liberdade.

Há 48 anos instaurava-se no Brasil um dos mais tenebrosos períodos de nossa história, uma ditadura civil-militar que perseguiu, torturou e assassinou aqueles que discordavam de seus desmandos, que lutavam por uma sociedade igualitária e democrática. Muitos tombaram, mas não em vão. A democracia foi restabelecida no Brasil, conseguimos construir uma Constituição avançada, anos depois levar um trabalhador a presidência da república e recentemente uma mulher que não teve medo de fazer parte dessa luta e ainda menos de resgatar com orgulho seu passado quando durante a campanha presidencial forças conservadoras tentaram transformar uma guerreira em criminosa diante do eleitorado.

Muitas conquistas já foram alcançadas, mas os desafios ainda são enormes. Aprovamos a lei que cria a Comissão da Verdade, mas até o momento seus membros não foram indicados e a Comissão possui um caráter ainda limitado no que se refere às nossas demandas. Queremos o resgate da nossa história, que aqueles que cometeram as atrocidades empreendidas pelo Estado brasileiro sejam identificados e punidos.

A Direção Nacional da JPT referenda e parabeniza a participação de nossos companheiros e companheiras nas manifestações pela Memória e a Verdade, ressaltando as atividades ocorridas esta semana em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em São Paulo a JPT, juntamente com o Levante Popular da Juventude, foi às ruas demonstrar que não podemos mais aceitar que signos relacionados à ditadura sigam sendo homenageados. Foi realizada uma ação direta que trocou os nomes das placas relacionadas a atores ou eventos políticos do período por nomes de companheiros que foram perseguidos e assassinados pela repressão. No Rio de Janeiro a JPT, juntamente como demais juventudes partidárias e movimentos sociais de esquerda, fizeram um ato contra a comemoração do Golpe de 64 organizada pelo Clube Militar.

Repudiamos a atitude da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que cometeu uma série de abusos contra os manifestantes, agindo de forma truculenta contra jovens que demonstravam pacificamente sua indignação à comemoração dos golpistas. Ações como estas demonstram como o autoritarismo ainda está enraizado em nossa sociedade e reforçam a necessidade de mobilização constante para que possamos viver em uma sociedade plenamente democrática.

Para ser coerente com a História de participação da juventude brasileira na luta por grandes causas como “O Petróleo é Nosso”, “As Diretas Já” e tantas outras, é imprescindível a esta abraçar a campanha pela abertura dos arquivos da ditadura e o julgamento dos torturadores com  a revisão da Lei da Anistia. Isso seria, inclusive, um grande ato de justiça da atual geração para com as que a antecederam e lutaram para o Brasil ser um país aberto em possibilidades como é hoje em dia. Para além da justiça, que nada tem a ver com "revanchismo", é assim que extirparemos os resquícios autoritários presentes ainda presentes em parcela da população.

Todo jovem deste país deve saber o que foi, para que, quem e como foi. se envergonhar deste período e repudiar qualquer menção positiva, amenizadora ou que tome como exemplo político a ditadura. Temos a chance de promover a efetiva reconciliação da nação através da atual geração,  semeando os valores e representações democráticas.

Nesse sentido a Direção Nacional da JPT convoca os jovens petistas para uma intensa mobilização na luta pela Comissão da Verdade, pela abertura de todos os arquivos da ditadura e contra a repressão.

Direção Nacional da Juventude do PT
Coordenação Nacional de Direitos Humanos da JPT

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